terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Lichia para chapar a barriga

Além de levíssima, a lichia é uma ótima aliada no emagrecimento graças a uma substância que regula as células de gordura. Guarde o nome dela: cianidina

por Lúcia Nascimento | design Eder Redder | fotos Omar Paixão




Se o critério para fazer parte da sua dieta, ainda mais no verão, é não pesar na balança, saiba que essa fruta de origem chinesa é uma das menos calóricas, ainda mais se comparada com outras delícias que aportam nos supermercados nesta época de festas de final de ano. 

"A licha tem apenas 6 calorias, o que representa, mais ou menos, 0,3% do que um adulto pode comer ao longo de um dia", estima a nutricionista Raquel Magalhães, do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Ou seja, se devorar dez unidades suculentas, só irá gerar energia o suficiente para tostar em uma atividade bem simples, como fazer a cama ou arrumar a mala para um final de semana na praia. Algo assim. 

Mas a leveza do fruto não é o único argumento a seu favor na discussão de estratégias antiobesidade. Veja que curioso: um estudo da Universidade de Hokkaido, no Japão, analisou a perda de gordura abdominal em voluntários que receberam extrato de lichia. "Ao fi nal de dez semanas, eles derreteram 15% a mais de gordura na região da barriga do que os participantes tratados com placebo", explica por e-mail, com exclusividade a SAÚDE!, o médico Jun Nishihira, que conduziu a pesquisa. Ele até revelou sua suspeita: o efeito se deve à cianidina. 

A cianidina é um pigmento que tinge a casca de vermelho e, apesar da brancura da polpa, também se faz presente nela, ainda que em quantidades bem menores — mas incrivelmente eficientes na ação sobre as gorduras. "Vale lembrar que não existem alimentos milagrosos para o emagrecimento", alerta Mirian Martinez, nutricionista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, ao ouvir a notícia. "A lichia pode, sim, dar uma força se associada a uma dieta equilibrada e à prática de atividade física para cumprir essa função." Não adianta se esbaldar com ela e, em seguida, comer um panetone inteiro, por exemplo. Por falar em se esbaldar, Nishihira não determinou ainda a quantidade ideal de frutinhas a ser consumida para perder centímetros na cintura. Então coma à vontade, sem dispensar acompanhamentos saudáveis.

Outro encanto da lichia é ser uma fonte de vitamina C: com apenas seis frutas, você já alcança a recomendação de ingestão diária do nutriente de um jeito doce, doce... "A vitamina estimula o sistema imunológico, aumenta a resistência às infecções, auxilia a cicatrização de feridas, aumenta a absorção do ferro pelo intestino e evita o envelhecimento precoce", enumera Carla Christimann, nutricionista do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. 

Só que, justamente por ser rica em vitamina C, a frutinha exige alguns cuidados. Quando submetida ao calor ou em contato com a luz, a substância se perde. Por isso, deve ser armazenada em locais frescos e escuros e, de preferência, ser consumida in natura. 

Já o mineral que aparece em maior abundância no fruto chinês é o potássio. "Ele atua no equilíbrio da água do organismo, ajuda no armazenamento de proteínas musculares, na função renal, na contração do músculo cardíaco e no relaxamento muscular em geral", diz Solange Saavedra, gerente técnica do Conselho Regional de Nutrição de São Paulo e Mato Grosso do Sul. O potássio também é conhecido por seu poder anticâimbras e, por isso, pode ser consumido em boas doses por quem pratica atividade física.

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0331/nutricao/lichia-chapar-barriga-612712.shtml

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Estimulantes de apetite para crianças

Fome de leão
Na esperança de ver o filho raspar o prato muita gente recorre aos estimulantes de apetite. Conheça prós e contras e saiba quando eles de fato podem ser eficazes.





Meu filho não come, doutor." Essa é uma das queixas mais ouvidas pelos pediatras de todos os tempos e hoje, em plena era de epidemia de obesidade, não é diferente. "Costumo dizer que as mães, mais até do que os pais, têm um olhar emagrecedor. Elas sempre acham que os filhos estão abaixo do peso, mesmo que sejam saudáveis", conta o pediatra Ruy Pupo Filho, autor do livro Como Educar Seus Filhos (Ed. Campus/ Elsevier).
E a maioria, ele emenda, pede a prescrição de fortificantes para estimular o apetite dos pequenos. Afinal, quem nunca ouviu uma avó ou tia comentando sobre os efeitos milagrosos desse tipo de elixir?Há cerca de um século os fortificantes têm o suposto poder de fazer milagres e, acreditam as pessoas, se não funcionarem, mal também não irão causar. Ao contrário do que se pensa,estimulantes de apetites não são substâncias inocentes e podem, sim, provocar efeitos colaterais perigosos se ingeridos sem necessidade.
O tipo mais popular de fortificante não passa de um composto de vitaminas, ferro e cálcio, em proporções que variam de acordo com a marca. E só funciona como estimulante de apetite, garantem os especialistas, se a causa da inapetência for alguma deficiência de nutrientes. Crianças anêmicas, por exemplo, podem se beneficiar. A ingestão de ferro corrige o problema e, como conseqüência, o apetite volta ao normal. Foi o que aconteceu com Nayara Vieira Duarte. Aos
10 anos ela torcia o nariz para quase tudo o que via no prato. Jamais gostou de arroz com feijão ou de vegetais, sempre evitou carne vermelha e leite. "O pediatra analisou a alimentação dela e receitou um composto de ferro e vitaminas", relata a mãe da menina, Nalci Vieira. Dois meses depois, ela conta, Nayara já parecia outra criança. "Além de comer uma maior quantidade de alimentos, passou a aceitar comidas diferentes, como frutas e verduras. "O problema começa quando entra em cena a automedicação. Ingerir suplemento de ferro sem necessidade provoca diversos efeitos colaterais.


por Flávia Pinho | design Eder Redder | ilustração Nik

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0282/familia/conteudo_211979.shtml

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Conjuntivite tem causas diversas e tratamentos específicos

A conjuntivite tem várias causas. E, embora não seja uma doença grave, ela pode evoluir para um quadro complicado se não for bem tratada

por Gita Leder





Os primeiros sintomas são um prenúncio do que está por vir: olhos vermelhos e marejados. Isso na melhor das hipóteses. É que, dependendo do tipo de conjuntivite, as pálpebras se grudam e surge uma secreção amarelada bem no canto interno dos olhos. Quem já teve o incômodo fica tentado a aplicar o mesmo colírio que o oftalmologista indicou anteriormente.Errado. Há várias causas e vários tipos do mal. O tratamento, portanto, nem sempre é o mesmo. E aí medicamentos mal usados podem levar a problemas bem mais graves do que a própria doença. 

Como o próprio nome sugere, o alvo é sempre o mesmo: a conjuntiva, aquela membrana que reveste a parte branca do globo ocular, que é rica em minúsculos vasos sangüíneos. "A inflamação faz com que eles fiquem mais irrigados e, consequentemente, a aparência do olho se torna muito vermelha", explica Luís Paves, oftalmologista da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. O quadro dura de uma semana a 15 dias e geralmente compromete os dois olhos - primeiro um, depois o outro. 

A conjuntivite só é contagiosa quando provocada por vírus ou bactérias. E há casos em que esses dois agentes agem em conjunto. Isso porque, algumas vezes, o tipo viral facilita a evolução de uma infecção bacteriana. "Isso torna o caso mais grave e obriga a uma alteração do tratamento", alerta o oftalmologista Ronaldo Boaventura Barcellos, do Instituto Penido Burnier, em Campinas, no interior paulista.

"Os agentes infecciosos não são transmitidos pelo ar, mas pelo toque", avisa o oftalmologista Ricardo Nunes Eliezer, do Hospital Samaritano, em São Paulo. Então, basta um aperto de mão ou o uso compartilhado de uma toalha de rosto, por exemplo, para o contágio acontecer.

O tipo menos frequente de conjuntivite é aquele provocado por agentes químicos, que irritam os olhos e desencadeiam um processo inflamatório. Quem vive nos grandes centros urbanos nem sempre fica imune à poluição atmosférica - exemplo clássico dessa manifestação da doença. É que as partículas em suspensão no ar atingem em cheio a conjuntiva. O excesso de cloro na água da piscina e até o uso indiscriminado de colírios também são agressores externos. Essa forma de conjuntivite, no entanto, não é transmissível. 

Segundo um estudo do Instituto Penido Burnier, até mesmo o filtro solar pode causar conjuntivite química. Após avaliar 368 pacientes com idades entre 16 e 45 anos, no período de 2004 a 2006, os pesquisadores de Campinas concluíram que o protetor foi responsável por 46% dos casos de conjuntivite química observados em consultório. Isso não significa que esses produtos devem ser evitados, mas sim que é preciso tomar alguns cuidados para que não afetem os olhos. A dica é enxugar o suor do rosto com lenços descartáveis e lavar os olhos para remover resíduos de creme ou gel. Outra recomendação é passar o filtro até a altura das sobrancelhas e, depois, abaixo das pálpebras inferiores.

Para o leigo, por mais bem informado que ele esteja sobre os vários tipos de conjuntivite, saber qual é qual não é tarefa fácil. Então, mantenha certa distância de quem está com os olhos visivelmente irritados. Outra recomendação que não custa repetir: consulte o oftalmologista assim que surgirem os primeiros sinais. Isso porque os mesmos microorganismos da conjuntivite bacteriana podem atacar a córnea e causar uma úlcera, algo bem mais complicado — principalmente quando se insiste em usar lentes de contato com os olhos irritados. Enquanto durar a vermelhidão, o certo é deixá-las de lado e só voltar a botá-las quando o especialista permitir.


Os sintomas que os intrusos provocam e o jeito de acabar com eles 
 
· Conjuntivite bacteriana ou infecciosaVermelhidão, lacrimejamento, secreção purulenta e amarelada, dor, pálpebras inchadas e, às vezes, grudadas logo ao acordar. É mais comum no verão. 
Tratamento
Colírio antibiótico, sob prescrição médica. Alerta: o uso indiscriminado dessa espécie de colírio pode provocar glaucoma.

· Conjuntivite viralVermelhidão, lacrimejamento, secreção espessa e esbranquiçada, coceira, ardência, irritação, fotofobia. Ocorre com maior freqüência no inverno. 
Tratamento
Intervenções paliativas, como compressas geladas e lágrimas artificiais, até que o próprio sistema imunológico se livre do inimigo.

· Conjuntivite alérgica
Coceira intensa, vermelhidão, lacrimejamento excessivo. Geralmente é acompanhada de rinite, asma e sintomas de gripe. Costuma ocorrer na primavera. Os gatilhos geralmente são o pólen, os ácaros e os pêlos de animais domésticos. 
Tratamento
Colírios antiinflamatórios ou anti-histamínicos.

· Conjuntivite química
Vermelhidão, lacrimejamento, secreção transparente, inchaço nas pálpebras.
Tratamento
Evitar ou interromper o uso do agente agressor.


É fácil prevenir a doença 

Siga esta relação de cuidados simples

· Lave o rosto e as mãos com freqüência. Aliás, higienize sempre as mãos depois de manipular produtos tóxicos, como inseticidas domésticos.
· Mesmo que os olhos estejam irritados, evite coçá-los.
· Aumente a freqüência com que troca as toalhas ou use as de papel para enxugar o rosto e as mãos. 
· Se está com conjuntivite, troque as fronhas dos travesseiros diariamente até o problema se resolver de vez.
· As mulheres não devem compartilhar esponjas de sombra, rímel e delineadores.

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0360/medicina/conjuntivite-causas-tratamentos-mitos-732634.shtml?origem=home